quinta-feira, 23 de abril de 2009

Eu sou assim...

Nasci de família batalhadora
De uma mistura de italianos com brasileiros
Isto para mim nunca teve nenhuma relevância
Afinal de contas, o que me importa mesmo, é o fato de sermos humanos, independentes de fronteiras, estas que só existem nas mentes mais limitadas.
Somos humanos e o que nos separa é o que nos une
A palavra
Palavra que denomina orientações sexuais e preconceitos
Que nomeia e separa
Não tenho rótulos
Dentro da minha transparência está a tua imaginação
Minha família sempre foi vasta
A casa sempre cheia em qualquer dia da semana
Já tive muitos irmãos, que me apoiaram e ajudaram na minha educação
Estes que me ensinaram a andar
Enquanto eu os ensinava a seguir
Estes que cresceram comigo e foram levados pelo próprio crescimento
Melhor assim
Mas irmão é irmão
Onde quer que vá, sabe que será sempre benvindo se um dia voltar.
Voltem
Minha mãe sempre me ensinou a dar oportunidade aos que se arrependem
E aos mal-falados
Afinal de contas, enquanto errar é humano 
Aprender é uma arte
Arte
Quantas e quantas vezes
Vi meus irmãos sentados ou de pé
Recriando em cima de criações
A própria Natureza Humana
A própria Natureza
Exteriorizando seu interior muitas vezes 
Com pincéis de madeira nas mãos
E muitas ideias na cabeça
Ideias de barro
Tijolos firmes
Nosso grito se espalhou pela cidade
Derrubou paredes 
Confundiu-se com barulho
E incomodou 
Minha casa abriga a todos
A única coisa que é dividida aqui é o alimento
De resto, somos todos iguais
Aqui não existem pobres e nem ricos
Minha língua fluente é a Arte
Minha bandeira é uma tela branca para que cada um pinte à sua maneira.
Minha alma é transparente para que cada um veja através de mim.
Eu sou o Olhar.

4 comentários:

Hérlon Fernandes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hérlon Fernandes disse...

Gabriela Federico é a arte em forma de humano. Ela nasceu para gritar esse impulso primitivo da alma: que tem fome de poesia, que sabe o porquê das feridas deste tempo de tanto egoísmo. O Crato é abençoado por poder ser seu ninho, embora muitas vezes o sono de uns valha bem muito mais do que o grito da cultura e da vida noturna que uma cidade precisa ter. Siga OLHANDO, Gabi! Abraços.

Olhar - Casa das Artes disse...

Olá Herlon, mais uma vez obrigado pelo apoio. A Gabi leu o teu depoimento e ficou emocionada. Valeu amigo, obrigado pela energia positiva e entendimento.
Os Olhares.

Anônimo disse...

Parabéns pela poesia e é muito bom saber que existe esse espaço cultural em nossa cidade. Ela tem que honrar seu nome de "Capital da Cultura" e esse é um passo a mais para a concretização desse status.
Continuem assim!